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LL Cool J & Q Tip - The Force LP

1xLP | Capa simples | Def Jam/Virgin, 2024

Disco novo, lacrado

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Quem vê o tio L hoje em dia, viajando com os amigos Magic Johnson, Samuel L. Jackson e as respectivas esposas por ilhas exclusivas em iates luxuosos, fazendo selfies típicas de pessoas de 60 anos, vestindo roupas brancas, usando adereços exagerados e sorrindo aquele sorriso de quem não tem mais nenhuma preocupação na vida, pode até ficar confuso.

Mas não se engane: o MC do Queens que parece ter feito preenchimento labial em algum momento entre 1992 e 94 é um pioneiríssimo do rap que transformou braggadocio em arte contemporânea, e viu milhares de wannabes e artistas talentosos seguirem seus passos com afinco; dos primórdios de “Can’t Live Without My Radio”, “Going Back To Cali” e “I’m Bad” até os clássicos dos anos 90, como “Mama Said Knock You Out”, minha favorita, “Back Seat”, e as mais puxadas pro pop-brocador, como “Doin’ It” e “Hey Lover” — que deram bode em muito fã ali no miolo da década em questão— , Cool J soube como poucos capitalizar seu sucesso: idealizador do maior e mais respeitado festival do gênero no planeta, o Rock The Bells (em homenagem à clássica faixa), que virou a Rock The Bells Radio — rádio-satélite que infelizmente não dá pra acessar por aqui, mas que tem uma programação 24–7 de rap que… bom, deixa pra lá — , ele pode ser considerado uma espécie de Vito Corleone do rap.

O fato é que, depois de muito tempo sem lançar nada relevante, LL tentou, no ano passado, lançar um play. Não ficou feliz com o resultado, desistiu e acabou apelando: chamou o meu, o seu, o nosso Q-Tip pra produzir o excelente “The Force”, que acaba de sair do forno, e o resto é história do rap. Minha favorita, e imagino que de muita gente, é “Proclivities”, que, como várias delas, abusa dos sintetizadores digitais explorados por Tip — o disco parece seguir a sonoridade de The Renaissance”, o mais recente LP do cotonete, de 2008. A faixa-título é outro arregaço, e tem muita coisa boa no balaio — mas uma coisa que me pegou de jeito foi a lucidez do discurso do tio ao longo das 14 faixas, celebrando o passado, sacaneando a cena atual e, sem muita firula, lembrando todo mundo, e em especial a molecada, que o game ainda tem um punhado de donos. LL é um deles.